sexta-feira, 17 de junho de 2011

Exílio no Novo Mundo



Escolheu a América para viver em penitência. Peregrinou pelos quatro cantos do extenso continente, ora de barco, ora a cavalo ou mesmo a pé. Atravessou rios, desertos, florestas e montanhas improvisando residência em grutas e cavernas. De origem italiana, seu nome era Giovanni Maria de Agostini (1801-1869), conhecido no Brasil como Monge João Maria. Foi da Argentina ao Canadá passando pelo Brasil, Chile, Bolívia, Peru, México, Cuba e Estados Unidos tentando salvar a alma daqueles que ele acreditava se encontrarem longe de Deus. De 1838 a 1869, foram milhares de quilômetros enfrentando desafios, fazendo de sua trajetória algo tão fantástico que parece improvável você nunca ter ouvido falar de seus feitos. Dedicando grande parte da vida às causas do Evangelho e tentando reproduzir o instituto de Santo Antão Abade, alguns o consideram um dos maiores peregrinos que a América conheceu em todos os tempos. De tão inusitada, essa história de vida poderia ser considerada ficção – mas foi extraordinariamente real.

Eremita João Maria de Agostini, em fotografia tirada em Havana, Cuba, 1861.